5 grandes problemas que a humanidade tem causado nos Oceanos
- The Green Spin Consulting

- 16 de nov. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 9 de ago. de 2022

Os Oceanos são o maior ecossistema do planeta, cobrindo cerca de 71% da superfície da Terra, e são imprescindíveis para a regulação do clima, inclusive pela absorção e armazenamento de CO2 da atmosfera. São ainda lar de inúmeras espécies que mantêm o equilíbrio do Meio Ambiente e nos fornecem alimentos, sendo essenciais para a economia, especialmente nas comunidades costeiras. As maiores ameaças para a Vida Marinha são provenientes das ações dos seres humanos, e podem ter consequências devastadoras, tanto para o ambiente natural como para a própria humanidade.
Um relatório lançado na #COP26, em Glasgow, destaca os 10 insights mais urgentes da ciência climática. Um dos 10 temas abordados trata da Proteção da Vida Marinha e dos benefícios que esta traz no combate às Alterações Climáticas, além de formas de combatermos a sua devastação.
Algumas dessas medidas passam pelo controle, redução e eliminação de emissões de GEE (Gases com Efeito de Estufa), que têm um resultado direto na acidificação das águas e no aumento de temperatura das mesmas. Outras soluções são o controle efetivo das práticas de agricultura e da indústria, com um tratamento mais intensivo dos efluentes e maior prática de fiscalização; o combate à prática da pesca por arrasto e adoção de utensílios de pesca que evitam o bycatch; a proibição e maior fiscalização de práticas de pesquisa e exploração petrolífera em zonas específicas; assim como o controle de embarcações turísticas em áreas com cetáceos.
É ainda possível reverter alguns dos impactos, mas, para isso acontecer, é necessária a participação e a preocupação a nível local e global, e tanto de sectores privados como públicos. É necessária ainda a criação de legislações firmes, objectivos claros e planos de ação viáveis que possam, de facto, fazer diferença neste tema. Soluções inovadoras são também essenciais na preservação e restauro da vida marinha e na mitigação das consequências das Alterações Climáticas.
É ainda possível reverter alguns dos impactos, mas, para isso acontecer, é necessária a participação e a preocupação a nível local e global, e tanto de sectores privados como públicos.
Alguns dos muitos danos que provocamos nos Oceanos são:
A acidificação das águas: os Oceanos absorvem CO2 da atmosfera através de um processo natural. No entanto, quando a quantidade de CO2 é demasiada, o pH da água torna-se mais ácido do que o habitual, tendo impacto na vida dos ecossistemas marinhos. Organismos como os corais, moluscos e crustáceos têm dificuldade em construir os seus esqueletos e conchas nas águas mais ácidas. Este processo está relacionado ao uso de combustíveis fósseis.
O aquecimento das águas: o aumento da temperatura das águas gera mais um problema para os ecossistemas marinhos. Os corais são grandes indicadores deste impacto, pois as zooxantelas, espécies que vivem nos tecidos dos corais e dão cor a muitos deles, não sobrevivem em temperaturas mais altas. Sem as zooxantelas, os corais tornam-se brancos, fenómeno conhecido como branqueamento de corais. Algumas espécies marinhas que vivem nestes ecossistemas acabam por sair à procura de diferentes habitats ou acabam por morrer. O aquecimento das águas está diretamente relacionado ao Aquecimento Global e, portanto, ao uso de combustível fóssil.
As zonas mortas: são áreas com menos oxigénio disponível do que o suficiente para a vida da maioria dos organismos. Elas ocorrem devido a um processo chamado eutrofização, que acontece quando a água recebe demasiados nutrientes, como o nitrogénio ou o fósforo, o que provoca um aumento excessivo das cianobactérias. Como efeito, há um crescimento maior de algas, que acabam por impedir que a luz do sol penetre mais profundamente nas águas, assim como dificultam o acesso ao oxigénio por espécies que ficam abaixo na zona onde as algas estão. Isso gera um impacto em toda a cadeia trófica, pois animais maiores não conseguem o seu alimento. Em geral, o excesso de nitrogénio e fósforo provém de atividades como a agricultura e a indústria, e está relacionado ao crescimento populacional.
A pesca por arrasto: outro dos grandes problemas é causado pelas indústrias de pesca, que utiliza redes pesadas e de maiores dimensões. Estas redes são arrastadas e, com isso, provocam destruição de habitats e ecossistemas no solo do Oceano. Outros impactos desta prática é a elevação de sedimentos, que altera a luminosidade da água, pois a água fica mais opaca, de forma que menos luz consegue alcançar maiores profundidades. A elevação dos sedimentos provoca também a dispersão de poluentes que estavam no substrato. Além disso, esta prática está muito associada ao bycatch: a apanha diversas espécies que não eram o alvo da pesca e acabam por morrer também, sem sequer serem aproveitadas economicamente. Tartarugas e golfinhos são vítimas comuns de bycatch.
A poluição sonora das águas: outro dos grandes impactos que só recentemente começou a ser alvo de atenção está relacionado ao ruído nas águas. O barulho constante do tráfego de embarcações, especialmente do sector turístico, e da indústria de petróleo acaba por desorientar espécies marinhas, especialmente os cetáceos, que utilizam o som para comunicação, reprodução e alimentação. A poluição sonora afeta o comportamento destes animais podendo levá-los à morte.
As empresas têm um peso importante neste tema, pois a poluição que causam nos oceanos, rios e na atmosfera, afecta toda a vida do planeta, incluindo a vida marinha. É da nossa responsabilidade proteger as espécies, e, mesmo os que não têm dentro de si essa preocupação, devem considerar os serviços dos ecossistemas, ou seja, os benefícios que um ecossistema equilibrado nos traz, especialmente os Oceanos.
Reduzir ou eliminar os nossos impactos e ter em consideração os impactos de toda a cadeia de valor da empresa são atitudes imprescindíveis. As organizações podem optar por integrar o ODS 14 (Proteger a Vida Marinha) nas suas estratégias e modelos de negócio e dedicar esforços para contribuir para as metas específicas deste ODS.
Vale a pena lembrar que alterar o modus operandi de uma empresa passa sempre por uma atuação na sua Cultura Organizacional, com efeito no mindset, hábitos e comportamento da equipa.
Não temos mais tempo a perder, o equilíbrio do planeta exige ações reais e urgentes.
Atualizado a Agosto de 2022

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